(Paloma de Sá Bassani)
O termo ESG[1] (Environmental, Social and Governance) surgiu por meio do documento “Who Cares Wins”, através da ONU em conjunto com o Banco Mundial, que instou as 50 principais instituições financeiras do mundo a refletir sobre a integração de fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais.
Nesse sentido, com seus três pilares (ambiental, social e governamental) o ESG busca a concretização de um desenvolvimento sustentável por meio de processos que associem os atributos econômicos, sociais e ambientais.
Os critérios ambientais se relacionam com as externalidades causadas ao meio ambiente por determinada empresa e empreendimento, mediante as análises dos impactos ambientais. O critério social, por sua vez, se refere à relação da empresa com a sociedade, seja por meio dos seus colaboradores ou dos consumidores. Por fim, os critérios de governança dizem respeito à gestão da decisão e proteção dos direitos e interesses dos stakeholders[2], com a distribuição igualitária dos direitos e responsabilidades, em observância aos princípios éticos da transparência fiscal e jurídica.
É possível verificar que com a integração dos três pilares (governança, sustentabilidade e desenvolvimento social), as companhias podem beneficiar seu desempenho financeiro e o valor de mercado, mediante ações que visem à proteção ao meio ambiente e o bem-estar da sociedade, através de uma gestão eficiente e transparente.
A utilização do ESG permite a mitigação de riscos de passivos ambientais, a partir da adoção de estratégias preventivas e compensatórias que vão além do que é exigido pela legislação. Nesse aspecto, o estabelecimento de políticas sustentáveis, além de agregar para o marketing da empresa, promove, a longo prazo, uma redução de custos através do adequado gerenciamento dos recursos naturais e das tecnologias empregadas em sua produção.
Além da adequação e regulação legal da empresa, a utilização do ESG poderá ser utilizada em proveito próprio quanto aos aspectos concorrenciais, diante da pressão do mercado europeu por empresas que se destaquem pelo desenvolvimento sustentável.
[1] PACTO GLOBAL e STILINGUE, A evolução do ESG no Brasil. Disponível em: https://conteudos.stilingue.com.br/estudo-a-evolucao-do-esg-no-brasil.
[2] Freeman encunha a teoria dos Stakeholders em 1984, acerca da responsabilidade da empresa para com seus interessados. Assim, estabelece que a responsabilidade do executivo é conciliar os interesses dos acionistas, colaboradores, consumidores e demais interessados para criação de um valor para cada um. (FREEMAN, R.E. Strategic management: a stakeholder approach. Boston: Pitman, 1984.